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GERENCIAMENTO DE CRISE PÓS-ACIDENTE AÉREO A PRESENÇA E IMPORTÂNCIA DO CEO

Atualizado: 27 de out.


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Nem todo acidente resulta em uma crise para as organizações. No entanto, quando se trata de um acidente aéreo, a crise é inevitável e exige uma gestão eficaz dos gestores das empresas aéreas.


Apesar de o ano de 2025 ter começado, familiares e vítimas dos 2 terríveis acidentes aéreos acontecidos no final de 2024, com certeza, ainda vivem aqueles dias. Dia 25 – Acidente Azerbaijan Airlines, no Cazaquistão, com 38 vítimas fatais. Dia 29 – Acidente Jeju Air, na Coreia do Sul, com 179 vítimas fatais. Para cada um dos familiares desses acidentes, a vida parou! Nada a se dizer, somente lamentar e nos compadecermos com os familiares das vítimas!


Acompanhando informações atualizadas desses acidentes e, enquanto ABRAPAVAA, sempre focada nas iniciativas que estão sendo tomadas quanto a assistência aos familiares das vítimas e sobreviventes, venho observando erros e acertos nessa assistência.


Me chamou a atenção e de forma muito positiva, a divulgação de imagens em ambos os acidentes, com a presença do CEO de cada uma delas, vindo a público e pedindo “desculpas” aos familiares das vítimas, ao público como um todo e assumindo suas responsabilidades pelas perdas.


CEO JEJU AIR - DESCULPAS


“Assumo toda a responsabilidade” – diz CEO Jeju Air
“Assumo toda a responsabilidade” – diz CEO Jeju Air

NOTA CEO JEJU AIR

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É sobre a importância da presença do CEO, em momentos como esse, que quero falar.Sempre reforço em minhas palestras que esse é um momento imprescindível e que não deve ser delegado a mais ninguém.Já me perguntaram: “Mas você não acha que se o CEO pede desculpas em um momento crítico como esse, ela está admitindo culpa?”Não, de forma alguma! Ser acolhedor, ser presente, prestar condolências e pedir desculpas demonstra respeito, sensibilidade e empatia e de se colocar no lugar do outro.“Meu ente querido escolheu sua empresa para voar. Agora, “você” me acolhe e me respeita.”


Já ouvi essa manifestação inúmeras vezes, nesses 28 de trabalho em assistência e apoio a familiares de vítimas.


Prioridade – o CEO falar primeiro com os familiares das vítimas e, depois, somente depois, ao público. Os familiares são prioridades. Entendo que, em alguns casos e, conforme a dinâmica do acidente, talvez não seja possível que seja essa a ordem das prioridades a serem cumpridas (como distância geográfica do acidente, deslocamento dos familiares para o local do acidente) mas, dentro do possível, sempre considerar os familiares nas prioridades pós-acidente.


Entendo como essencial enquanto visão do familiar de vítima:


. Presença do CEO para uma primeira comunicação com as famílias – olho no olho – ser transparente.


. Presença do CEO em comunicado primário com a imprensa.


. O CEO representa a empresa e para os familiares a importância de que essa primeira comunicação não seja delegada a ninguém e sim, com sua presença, pois terá importância absoluta a todos eles.


. Será um momento fácil? Com certeza não! Afinal, quando um acidente aéreo acontece, todos perdem, sejam os familiares das vítimas, seja a empresa, todos são afetados, todos sofrem em vários sentidos, seja emocionalmente (para a empresa - perdas de tripulantes) como, economicamente (empresa/visibilidade, negócio/marca, aeronave, valores envolvidos) e pelos familiares das vítimas, por suas perdas inestimáveis e por tudo que enfrentarão a partir de então.


. A importância da forma como o CEO irá se comunicar com as famílias, ou seja, o que transmitirá a elas, a sua fala. Uma fala inadequada poderá trazer desconfiança, falta de credibilidade e falta de sensibilidade, com certeza, prejudiciais à empresa e à sua imagem. Danos podem surgir num mal preparo. Uma equipe de executivos treinados para responderem da melhor forma.


. Ter uma postura humanizada e acolhedora é uma alternativa importante para conexão com os envolvidos e os familiares, pois irá reforçar sua posição no mercado, sua responsabilidade e da empresa, gerando credibilidade afinal, existe uma marca representada através do CEO. A reputação da empresa estará em jogo. Sabemos que mantê-la é mais difícil que enfrentar uma crise. Após o acidente a empresa será vista de outra forma, pelo menos, temporariamente.


Exemplo: Acidente VoePass em 9 agosto de 2024 – após o acidente, o receio do público e insegurança ao model ATR 72-500 utilizados pela mesma e pela Azul.


Ex: Reis da Espanha – Nov 24 – Valência - Espanha


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Alguns exemplos vivenciados de forma positiva e negativa.


Negativas:


. Acidente TAM 402 – Ausência absoluta da presença e sensibilidade por parte do CEO da empresa. Falta de Assistência, falta de homenagens.


. TAM – 1º mandamento dos 7 criados por seu CEO – “Nada Substitui o Lucro” e, que mesmo após o acidente TAM 3054 em 2007, assim permanece.


. Acidente Brumadinho – VALE – Ausência e prepotência do então CEO da empresa – Fábio Schvartsman – arrogância, distanciamento, falta de assistência, o que gera, até hoje, 6 anos após, manifestações de revolta pelas famílias.


. Acidente TAM 3054 em 2007 – Diretora Denise Abreu - ANAC – responsável pela liberação das pistas do Aeroporto de Congonhas durante a reforma - dias após o acidente, familiares em sofrimento, ainda com a identificação das vítimas, ela publica fotos em uma festa fumando um charuto, rindo, o que desencadeou revolta nas manifestações das famílias.


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. Acidentes 737MAX – Boeing – Prepotência e Arrogância e não admissão de responsabilidade perante as famílias.


Positivas: 


. Acidente GOL 1907 – Presença CEO - Constantino.


. Acidente VoePass – CEO Famílias – Empresa presente .


. Presença Governador Tarcísio de Freitas – Acidente VoePass – a importância da presença do Estado – familiares se sentiram protegidos.


AZERBAIJAN AIRLINES – Dia Seguinte


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AZERBAIJAN AIRLINES – HOMENAGENS


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Acidente VoePass – Governador Tarcísio de Freitas


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Autor(a): Sandra Assali

Sócia diretora da Sentra



 
 
 

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